sábado, 31 de março de 2007

Bosc dla Rei Moscato D'Asti Beni di Batasiolo 2005

O vinho é simplesmente um doce prazer. Vinho de sobremesa e do estilo que eu nunca tinha experimentado: frisante.

Comprei este vinho por indicação. Resolvi fazer um encontro de amigas com queijos e vinhos, as quais não estão acostumadas com vinhos encorpados e clássicos.


É um vinho feito com a uva moscato, típica da região do Piemonte na Itália. A vantagem para a mulherada que "babou" sobre as taças é que ele é distribuído pela Expand (tem aqui em Salvador), pode ser facilmente encontrado nas prateleiras dos melhores supermercados, tem baixo teor alcoólico (5,5º contra os 13º comumente encontrados nos vinhos tintos) e um leve teor de gás carbônico que o faz frisante, ou seja, não é um espumante, mas borbulha dando uma sensação de frescor. É um vinho leve, suavemente doce (bem menos que o Aurora).

Deveria ser servido com sobremesa como manda o figurino, mas caiu super bem com os queijos, principalmente com o gorgonzola.

Temperatura de Degistação: 12º C
Cor: amarelo palha
Aromas: frutas cítricas, pêra
Preço na Ocasião: R$ 34,97


Experimentamos na ocasião também um espumante rosé. Um Jalus 2005. Frutado, fresco, mas não vi nada de excepcional além dos outros espumantes. Passarei a investir mais nesta seara para dar maiores informações.

Preço na Ocasião: R$ 35,00

domingo, 25 de março de 2007

Valpolicella Cesari 2004

A coisa mais difícil que notei no vinho italiano é identificar o nome dele. O rótulo é extremamente complicado.

Tinha uma enorme curiosidade a respeito dos vinhos Valpolicella. Descobri lendo que são da região de Vêneto e são elaborados com as uvas corvina, rondinella e molinara.


Não sei se escolhi o vinho errado, mas este em particular não meu deu grandes prazeres. No olfato nada que surpreenda além das frutas. No paladar muito menos. Leve demais, sem corpo. Diz-se que os vinhos Valpolicella são em sua maioria jovens e para consumo imediato.

Consumi... com pizza.

Temperatura de degustação: 15º a 17ºC
Preço na ocasião: R$ 23,50

segunda-feira, 19 de março de 2007

Cono Sur Gewürztraminer 2005


Que varietal perfumada! De todos os brancos, este foi o vinho mais perfumado que tomei até agora. Escolhi a garrafa por indicação, mas descobri que o Chile está se destacando nos vinhos produzidos com Gewürztraminer na região de Bío-Bío. Gosto muito dos vinhos chilenos. Em seguida tenho amor por Rioja (Espanha).

Os chilenos possuem uma vantagem perante os demais vinhos importados que chegam ao Brasil: qualidade x preço. Segundo Manoel Beato no Guia de Vinhos Larousse, os vinhos importados chegam ao Brasil, devido a tributações, 200% mais caros! Pasmem!

Acredito que na minha nova empreitada junto aos brancos, foi uma perfumada escolha... isso foi o que mais me marcou...

Temperatura de degustação: 7º a 10ºC
Preço na ocasião: R$ 36,50

sábado, 17 de março de 2007

Obikwa 2005 - Pinotage


Os vinhos da África do Sul estão me surpreendendo. O primeiro que experimentei (e adorei) foi o Tribal. Agora conheci o Obikwa. Para variar um pouco, escolhi a Pinotage, cerpa nativa da África do Sul, originária e criada em 1925 através do cruzamento híbrido de Pinot Noir e Cinsaut (também conhecida como Hermitage).

Segundo o fabricante e casas especializadas, "as uvas deste vinho foram colhidas manualmente de uma seleção das melhores vinículas em Stellenbosch, Paarl, Wellington e Robertson. Colhidas a 23º e 25º Balling nos meses de Fevereiro e Março, separadas por vinícula e então vinificadas. O sumo foi fermentado em baixas temperaturas (entre 13ºC e 15ºC) para que características e a aroma de frutas fossem preservados. Em adição, três dias de maceração ajudaram a preservar aroma e ao mesmo tempo intensificar a cor do vinho. Uma charmosa e atrativa coloração. No olfato um bouquet de frutas silvestres maduras com um generoso paladar e sensação aveludada na boca."

Gostei do vinho. Mas não o achei tão especial assim.

Graduação Alcoólica 13% Vol.
Preço na ocasião: R$ 25,90

quarta-feira, 14 de março de 2007

Duetto Casa Valduga 2004 - Sangiovese / Barbera

Os rosés... quanto frescor... frutados... bem mais leves que meus amados Cabernet Sauvignon, mas deliciosos para um tarde quente de final de semana baiano. Este me foi recomendação da loja onde compro meus vinhos. Nacional. Só isto já o faz um bom começo de pedida! (Sou nacionalista mesmo!)

Eu poderia aqui reinventar o rótulo. Mas acho que a Vinícola Casa Valduga o descreve muito bem na análise organoléptica:



Análise Organoléptica:
Visão: brilhante, envolvente com aspecto vermelho morango.
Olfato: frutas vermelhas, amoras, framboesas.
Paladar: vinho levemente frutado, aveludado, tenro e com acidez moderada
Consumo: 06 – 10 ºC.

É levinho. Mas eu achei delicioso! E diante do preconceito tolo que ronda os rosés, deixo o Alexandre Santucci, "especialista e consultor de vinhos, nacional e internacional. Profissional de sucesso dentro das maiores importadoras de vinhos finos do país (...)" falar melhor a respeito. Pois eu concordo em gênero, número e grau!

Preço na ocasião: R$ 26,90

sábado, 10 de março de 2007

Revista sobre Vinhos

Lembram o post sobre vinhos de colheita tardia que publiquei anteriormente? Encontrei no Google (afinal, "Se não está no Google, não existe!") o link para a revista em questão. Maravilha! Achei uma excelente revista para inciantes. Nem muito profunda, nem muito simples. Recomendo!

ADCaves Magazine

quarta-feira, 7 de março de 2007

J.P. Chenet 2005 - Cabernet / Syrah

Ahhhh, os vinhos franceses! Ou são bons... ou são péssimos! Esse se enquadra no meu conceito de péssimo. Salivação a desejar, tranquilo demais, sem corpo. Apesar de ter sido medalha de prata no concurso Vinalies Internationales 2006, realizado em Paris entre 24 e 28 de fevereiro passado, e no qual participaram 2.770 amostras de 35 países.

É impressionante, mas ao meu ver, ainda não encontrei uma vinho francês acessível que não seja tipicamente um vinho de mesa, ou Vin de Table, vinho comum feito em qualquer região do país sem grandes atrativos.

Quem quiser experimentar este vá fundo! Aproveite e tente descobrir porque raios o gargalo da garrafa é torto! Eu não achei explicação! (risos)

Temperatura de Degustação: Entre 16º e 19º.
Preço na Ocasião: R$ 25,40 (Talvez quando eu partir para os de R$ 254,00 eu goste!)

E a caráter de informação, vejam como nossos vinhos se sairam na classificação dos brasileiros. Ao menos tivemos uma medalha de ouro!

terça-feira, 6 de março de 2007

Degustação de vinhos passo a passo


Quer descobrir se um vinho é encorpado, forte ou suave? Reconhecer sua a textura e bouquet ? Nosso expert somelier indicará os passos iniciais para entrar no mundo dos vinhos e transformar-se no rei (ou rainha) do saca-rolhas. Dicas básicas sobre a temperatura ideal, taças e a decantação.

Degustar vinho consiste em apreciar e decodificar a maior quantidade possível de sensações que esta bebida é capaz de nos causar. É importante levar em conta que o vinho não é feito para ser degustado e sim desfrutado, porque o ato de apenas "degustar" é absolutamente artificial e sem importância.
A distância que separa o "degustar" e o "desfrutar" é a mesma entre um bate-papo e um interrogatório judicial. Por falar em linguagem judicial, aconselho a todos a abordar o tema como se fosse um jogo e não como um juiz: o risco de você tomar o lugar do juiz é muito grande e segundo minha experiência, os resultados são sempre desaconselháveis e tremendamente chatos, a menos que esteja particularmente interessado em fazer um curso rápido em superficialidade e esnobismo.

Agora, se desvendar os mistérios do vinho como um jogo, a degustação nos permitirá refletir sobre os vinhos, conhecê-los melhor, e mais do que tudo, conhecer a nós mesmos. Porque todas as fases da degustação nos revelam verdades sobre o vinho, todas, até as mais sem sentido, nos revelam verdades a respeito de quem os formulou.

Então, vamos ao ponto: você está sozinho em frente a sua garrafa de vinho (ou várias) e quer que alguém o oriente na escolha. Espero poder ajudar.

Primeiros passos

Temperatura

Preste muita atenção à temperatura recomendada. Em muitos casos está indicada no rótulo da garrafa. Os tintos devem ser servidos entre 14 a 16º.C - quando são excepcionalmente descuidados. De 16 a 18º.C quando tiverem um pouco mais de corpo (a maioria dos vinhos do continente) e de 18 a 20ºC os mais encorpados.

Em todos os casos, a temperatura do vinho deve estar abaixo da temperatura ambiente. Muitas vezes, apenas alguns minutos de geladeira chegam à condição ideal. Para aqueles que não têm termômetros, tomem como base que uma bebida com 17º.C é bem "fresca". Por exemplo, em minha geladeira doméstica, leva uns 30 minutos ou mais para que 750cm3 de vinho fique à esta temperatura em um dia nem muito frio e nem muito quente.

Para os vinhos brancos se recomenda que sejam servidos a uma temperatura entre 8 e 12º.C, seguindo um critério similar.

Em ambos os casos, um excesso de temperatura causará, entre outras coisas, a aceleração da vaporização do álcool, propiciando uma sensação pouco agradável (alcoólica e agressiva) em seu olfato. Ao contrário, as temperaturas demasiadamente baixas ocasionarão um "adormecer" dos aromas e sabores do vinho, neutralizando uma grande parte do trabalho realizado pelo enólogos.

Ah! É claro seria muito mais fácil pegar o vinho diretamente de uma adega onde temos uma temperatura constante e ideal. Acontece que se você tivesse em sua casa uma adega climatizada não estaria consultando esta matéria.

As taças
Por mais que a tendência de supervalorizar este tipo de utensílio me deixe muito nervoso, tenho que admitir que a taça é um ítem importante. Uma taça lisa, com uma silhueta de "tulipa" é adequada para a maioria dos casos. As taças para os vinhos tintos devem ser maiores que as utilizadas para vinhos brancos (contém um volume aproximado de meio litro) e as taças para as degustações profissionais são ainda menores que as anteriores.

Naturalmente, se contamos com alguns destes copos majestosos de cristal sem emenda, de borda lisa e fina (ao contrário daquelas reforçadas e grotescas taças de segunda linha) e com um pé fino, irrisório, a mesa automaticamente estará pronta para uma festa. Ao levantarmos e analisarmos, a sua fragilidade é até comovedora, é em si um início mágico para a degustação, mas de nenhuma maneira é essencial.

Por isto, voltemos à Terra: o fundamental é que o vidro seja liso e transparente, que o tamanho da taça, permita girar o vinhos por suas paredes comodamente, e quando possível, que a sua borda tenha a função de concentrar os aromas.

A decantação
É cada vez mais frequente nos restaurantes o uso de garrafas de cristal ou vidro transparente em que servem os vinhos substituindo as garrafas originais (principalmente os tintos). Algumas possuem um design maravilhoso, outros horríveis. O nome destes recipientes é "decanter", como a famosa publicação britânica de vinhos. Em espanhol utilizam a palavra "decantador", mas por algum motivo a forma inglesa é mais utilizada. Como seu nome já indica, utilizavam estas garrafas especiais para decantar os vinhos e evitar que as "sujeiras" de garrafas antigas chegassem às mesas e por conseqüência às taças.

Hoje em dia, em que não se tomam tantos vinhos antigos, e que as "sujeiras" não são freqüentes, se usa o decanter para favorecer o contato do vinho com o ar e assim favorecer a liberação de partículas voláteis (principalmente os tintos) . Se querem um pouco de gíria "snobbish", o mesmo que "fazer respirar o vinho", "que "faz oxigenar" o vinho.

Certamente este utensílio que deveria auxiliar, também têm seus inconvenientes. O primeiro é que possui uma verdadeira tendência a derrubar a última gota de vinho nas gravatas de mais de 200 dólares, nas golas dos ternos, nos vestidos das senhoras, por isto aconselho muita prudência e muito treinamento para não passar por estes vexames. O segundo é de ordem técnica. Ao ampliar a superfície de contato do vinho com o ar e com o recipiente em um dia de calor, o vinho passará em 3 minutos de 17º C ao, para os 29ºC do ambiente. O terceiro é que o se vinho é extremamente delicado, corre-se o risco de perder todo o seu aroma.

Para aqueles que não possuem decanter em casa, recomendo abrir o vinho (com no mínimo) duas horas de antecedência. Em todo caso, cabe ressaltar que o uso do decanter deve ser muito criterioso, e, da mesma forma que não utilizamos determinados utensílios só porque estão na cozinha, peço que evitem o uso do decanter só porque nosso chefe nos deu presente de Ano Novo.

Uma última consideração: em muitos anos de degustação profissional, jamais vi decantarem vinhos em um concurso.

Terra / Federico Fialayre

domingo, 4 de março de 2007

Vinhos de colheita tardia



Aurora Colheita Tardia 2005 - Semillon / Malvasia Bianca. Aroma forte. De frutas maduras mais do que talvez deveriam. Doce. Muito doce. Aroma forte de flores. Tentei tomar sozinho. Apenas degustar. Enjoativo. Mas ao seguir a regra recomendada de harmonização para os chamados vinhos de sobremesa, ficou simplesmente delicioso com uma torta mousse de chocolate meio amargo. Missão difícil encontrar uma sobremesa menos doce do que o vinho quando não se sabe ainda a doçura do vinho! (risos). Mas eu recomendo! Ótima forma de começar para aqueles que ainda chamam os bons vinhos de "secos" e dizem que "travam". Amiga Mile, esse eu vou te dar de presente! ;)

A motivação veio de uma reportagem de uma revista especializada de uma loja, Maison des Caves que ganhei na minha última ida a São Paulo. Infelizmente a revista é dada apenas a clientes que vão até a loja para alguma aquisição. Mas me darei ao trabalho de reproduzir aqui! ;)


Doçura Natural
As nuances e o requinte dos vinhos que dão um gosto todo especial às sobremesas

Texto Nilu Libert Revista AD Caves Magazine - Setembro / Outubro / Novembro 2006 - Ano 02 - Nº 5

Requinte indispensável na mesa dos gourmets, os vinhos de sobremesa ocupam um lugar especial nas adegas (e no coração) de seus admiradores. Eles são feitos a partir de uvas específicas, na grande maioria branca e do tipo aromático, que favorecem uma maior concentração de açúcar natural. Alguns exemplos? Moscatel, Gerwstraminer e Malvasia. Outras uvas utilizadas são a Semillon (em Bordeaux), a Furmint (na Hungria), a Riesling (na Alemanha) e a Chardonnay (Austrália, Américas e África do Sul). No entanto, existem alguns elaborados com uvas vermelhas, como o Sagratino di Montefalco e o Recioto della Valpolicella, um régio presente ao paladar. São vários os métodos de produção dos vinhos de sobremesa e, entre eles, está a colheita tardia (late harvest), que consiste em deixar as uvas na parreira durante várias semanas após a data ideal da colheita para ocasionar sua desidratação e conseqüente aumento da concentração do açúcar. Já independente da vontade do homem, em algumas regiões da Europa (principalmente na França, na Itália e na Hungria), as uvas costumam ser atacadas, ao final da maturação, pelo fungo Botrytis Cinerea, que faz perfurações finíssimas em suas cascas favorecendo o aumento da concentração do açúcar natural. É impossível evitar o ataque desse fungo, considerado uma dádiva da natureza para alguns vinicultores. Os vinhos produzidos com essas uvas são chamados de botritizados e se classificam entre os mais raros, caros e deliciosos do mundo. Neste grupo estão os Sauternes de Bordeaux e os Tokaj Húngaros. Aqui no Brasil, o Aurora Colheita Tardia é um dos raros vinhos de sobremesa nacionais, com alto teor natural de açúcar. Porém o mais importante, para os experts, é o resultado do balanceamento equilibrado entre o teor de acidez e do açúcar da fruta.

Néctar Dourado
Localizado em Sauternes, região que faz parte de Bordeaux, a vinícola Châteu d'Yquem está entre as mais famosas da França. Em 1593, quando Jacques de Sauvage adquiriu a Casa de Yquem em troca de algumas de suas outras propriedades, certamente não imaginava que tantos séculos depois o Sauternes Châteu d'Yquem seria grife de um dos vinhos de sobremesa mais disputados e caros do mundo, o primeiro entre os primeiros de Bordeaux. A maior parte das uvas do Châteu d'Yquem são da variedade Semillon e, ali, propensas à ação do fungo Botrytis Cinerea, aquele mesmo que propicia a concentração do açúcar na fruta e a transforma em matéria prima para o prazer de enófilos de todo o planeta. Para a grande maioria, o melhor Sauternes é o Châteu d'Yquem, atualmente de propriedade da LVMH, gigante do mercado de bebidas, proprietária também do Champagne Moët & Chandon, do Veuve Clicquot, da Crug, do Cognac Hennesy e dos vinhos Cheval Blanc francês e do Terrazas e Cheval los Andes na Argentina. O Châteu d'Yquem é o único "Premier Grand Cru Classé" reconhecido desde época de Napoleão III. Sua produção é bastante inferior á de um Bordeaux. Enquanto se consegue 40 hectolitros por hectare de videiras em Bordeaux, o Sauternes a produção mal passa de sete hectolitros por hectare. Outro fator que contribui para seus altos custos são as diversas colheitas, de seis a sete, que são feitas para colher apenas uvas contaminadas, próprias para a produção. Um Sauternes deve ser servido fresco e não gelado, geralmente como parceiro de sobremesas. No entanto, o Marques Lur Saluce, antigo proprietário do Châteu d'Yquem, discordava e dizia que seu vinho era recomendado para acompanhar pratos como o salmão e o foie gras. De um jeito ou de outro, é um privilégio que deve ser reverenciado.

Made in Italy
O experiente Chef e enófilo Sauro Scarabotta incluiu, na requintada carta do seu restaurante Friccó di Frango, uma variedade surpreendente de vinhos de sobremesa italianos ao lado dos grandes clássicos internacionais. Grande conhecedor do assunto, ele explica que a diversidade do solo e do clima na Itália é responsável por sabores inusitados e pela presença de aromas únicos em algumas versões desses vinhos de sobremesa. Um bom exemplo é o Moscato Passit d'Arancio, que tem perfume natural de flores de laranjeira. Ou o Moscato Rosa, que parece ter sido perfumado com essa flor.

O Vin Santo
Capítulo a parte entre os vinhos de sobremesa italianos, o Vin Santo é o mais famoso em todo o planeta. Típico da região Toscana, sua origem é atribuída ao fato de que antigamente não se podia da início à colheita das uvas sem que as parreiras tivessem tido a benção do padre da região. Como o único padre do vilarejo estava ausente e demorou vários dias para voltar, o proprietário das terras resolveu não recolher as uvas. Quando o padre voltou, as uvas pareciam estar estragadas, contaminadas por fungos. Mesmo assim, o dono ordenou que fossem abençoadas, como mandava a tradição. Então, o padre deu a benção, o vinho foi feito e, para grande surpresa, resultou em uma explosão de doçura e sabor. O padre (que não era nada bobo) aproveitou a situação para dizer que só mesmo um santo poderia provocar aquele resultado. E assim nasceu o vinho Santo. Onde termina a verdade e começa a lenda? Parece que isso importa pouco... Atualmente os Vin Santo D.O.C (feitos apenas em safras excelentes) são como ouro líquido, uma preciosidade engarrafada para momentos especiais. Eles tem maior durabilidade e trazem o ano da safra impresso nos rótulos. Para acompanhá-los, a sugestão clássica são os contucci, biscoitos de amêndoas que devem ser molhados no vinho. Com esta parceria desenhada no céu, você recebe o passaporte para o paraíso na terra. Mas a maioria prefere curtir unicamente o vinho, sem interferências que possam confundir o paladar.

Harmonizações
Combinações inusitadas podem surpreender agradavelmente o paladar, contrapondo a doçura dos vinhos de sobremesa com a personalidade dos queijos azuis (blue cheese) ou mesmo com o sabor de foie gras, que faz um casamento perfeito com os Sauternes. A harmonização destes vinhos com sobremesas também não é tarefa fácil. A regra geral é que o vinho deve ser sempre mais doce que a sobremesa. (...)


Enquanto meu bolso não permite um Châteu d'Yquem, ficamos com o Aurora Colheita Tardia mesmo!

Preço na ocasião: R$ 16,38
Temperatura de Degustação: de 6º a 8ºC
Maiores Informações: Vinícola Aurora

sábado, 3 de março de 2007

Uma contribuição de peso...

Uma contribuição do meu querido professor e "desorientador" de monografia de final de curso da pós-graduação (como ele mesmo se entitula! rssss) Jaime Gama. Simplesmente AMEEEEEEEEEEI!!!!!!!!

"Deve-se estar sempre embriagado. Nada mais conta. Para não sentir o horrível fardo do tempo em que esmaga os vossos ombros e vos faz pender para a terra, deveis embriagar-vos sem tréguas. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude. À vossa escolha. Mas embriagai-vos. E se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na erva verde de uma vala, na solidão baça do vosso quarto, acordais já diminuída ou desaparecida a embriaguez, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo que foge, a tudo o que geme, a tudo que rola, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são. E o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio vos responderão: "São horas de vos embriagardes. Para não serdes os escravos martirizados do tempo, embriagai-vos sem cessar. De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha".

(Charles Baudelaire)



A primeira lista...

Um blogger de vinhos... não de nenhuma especialista de vinhos... quem sou eu? Apenas de uma apreciadora... Os motivos já foram relatados... além do que é bom, para mim mesma, guardar minhas experiências e aceitar experiências alheias! Então, para começar a mudança, deixo aqui a lista do que já vivi! Porque no meu blogger apenas ficarão as referências... uma paixão que cresce deve ter espaço adequado!

Argentinos

El Rosal 2003 - Cabernet Sauvignon: O vinho é exatamente o que se descreve no rótulo: maduro, equilibrado, bom aroma de frutas maduras e um exêntrico aroma de pimenta que se mantém no retrogosto. Recomendado!

San Telmo 2002 - Malbec: Liso, encorpadíssimo, marcante e acessível. Muito interessante.

Trivento 2002 - Cabernet Sauvignon : Vinho de interessantíssimo custo-benefício, experimentei tambémo corte Cabernet-Merlot. O Malbec acho magnífico. Aromas de frutas vermelhas maduras, baunilhas e sutis notas de pimenta, taninos agradáveis e equilibrados.

Trivento 2004 - Shiraz / Malbec : Um encorpado com aroma e sabor de frutas vermelhas... um leve aroma adocicado ao fundo o que lhe faz muito agradável... um corte muito bem combinado.

Brasileiros

Almadén 2005 - Merlot: Costumam falar mal do Almadén. De fato, não concordo que ele seja encorpado e aveludado como outros Merlot que já experimentei. Todavia, sendo um vinho jovem, é de paladar leve, não pesa na boca (como gosto) mas dá um bom vinho de diária.

Baron de Lantier 2002 - Merlot : Baixo teor alcóolico, leve, um pouco ácido pela salivação que provocou num primeiro momento. Mas caiu muito bem com queijo provolone!

Baron de Lantier 2004 - Cabernet Sauvignon : Vinho nacional super recomendado por Alberto Lona em sua literatura. De fato, um vinho que não deixa a desejar. Acessível e bem razoável. O Merlot também tem seu devido valor.

Casa Valduga 2005 - Cabernet Sauvignon / Merlot / Cabernet Franc: Apenas conhecia da Casa Valduga os seus famosos sucos de uva. Mas o vinho, apesar de levantar suspeitas entre os presentes na ocasião, é bem razoável!

Garziera 2003 - Cabernet Sauvignon : Vamos dar valor ao vinho NACIONAL! Vinho do Vale do Rio São Francisco. Tem que se equilibrar um pouco mas tem um "quê" de especial que só experimentando! Vou comprar uma garrafa do Shiraz!

Miolo Seleção 2003 - Cabernet Sauvignon / Merlot / Pinot Noir : Levinho, suave, um pouco fora do meu padrão de vinhos que são osencorpados. Bom pro dia a dia, mas com preço que, ao meu ver, não vale!

Salton Volpi 2005 - Sauvignon Blanc: Um vinho muito fresco, com aroma de frutas cítricas e que foge ao meu paladar acostumado a tintos. Gostei da experiência e irei me arriscar mais nos brancos! Temperatura de Degustação: 6 a 7ºC. Preço em Fevereiro de 2007: R$ 19,90. Maiores Informações: Vinícola Salton

Chilenos

Baron Philippe de Rothschild 1998 - Sauvignon Blanc : Não sei se na garrafa que comprei estava deveras amadurecido ouse possui mesmo o aroma e sabor de manga madura!

Caballo de Oro 2004 - Cabernet Sauvignon: Mais um dos meus: encorpado, marcante, caiu maravilhosamente com Gnocci a quatro queijos sem perder o equilí­brio.

Concha Y Toro Reservado 2002 - Cabernet Sauvignon : Brigue quem quiser, mas depois de 5 dias na geladeira ele ficoumelhor! Rssss

Doña Florencia Reserva 2001 - Malbec : Vinho da forma que gosto: encorpado, marcante. Experimentei também o Cabernet Sauvignon 2002 mas o Malbec está muito a frente...

León de Tarapacá 2003 - Cabernet Sauvignon: Um Êxtase de encorpação...

Medalla Real Reserva Especial 2003 - Cabernet Sauvignon: Vinho da Vinícola Santa Rita do Valle Del Maipo. Vinho de aromas complexos, encorpado, taninos e acidez equilibrados. Um prazer de degustação. Temperatura de Degustação: 15º a 18º. Preço em Janeiro de 2007: R$ 72,00. Maiores Informações: Importadora Gran Cru

Santa Helena 2004 - Carmenére: Bom corpo e estrutura, sedoso. Achei mais adocicado do que as uvas que costumo tomar. Afinal, é a primeira vez que experimento esta uva! Taninos suaves, Ótimo final.

Sunrise 2004 - Cabernet Sauvignon: Vinho leve, sem muito corpo, mas bastante equilibrado.

Trio 2004 - Cabernet Sauvignon / Shiraz / Cabernet Franc: A cada dia aprecio mais os vinhos da Concha Y Toro. Uma Ótima relação custo x benefí­cio. Este tem a mesma qualidade do que mencionei aqui anteriormente sendo, todavia, um corte diferente. Vale a pena!

Trio Concha Y Toro - Merlot / Carmenére / Cabernet Sauvignon : Bem encorpado, complexo e equilibrado. Experimentei numa degustação e creio que comprarei algumas garrafas!

Undurraga 2005 - Merlot : Achei um vinho super harmônico. Mais harmônico ainda ele fica sefor presenteado! Um chileno que me faz chegar à conclusão de que tenho uma paixão pela varietal Merlot... ainda não sei porque!

Espanhóis

Don Román 2004 - Tempranillo e Graciano: Vinho da região de Rioja a qual está se tornando uma das minhas prediletas. Aroma agradável, típico de vinho envelhecido em barril de carvalho. Na boca a primeira sensação é de grande salivação, mas sem incomodar. Taninos suaves, corpo muito bom e macio. Encorpado como meus vinhos prediletos e bastante equilibrado. Temperatura de degustação: 17º. Preço em Fevereiro de 2007: R$ 32,90. Informações mais precisas: Importadora Porto a Porto

Marques de Arienzo Crianza 2000 - Tempranillo: Vinho espanhol tinto produzido em Rioja com uvas tempranillo. Decor brilhante, possui um leve sabor de frutas, que lhe confere paladar e bouquet inigualáveis.

Franceses

Baron D'Arignac 2003: Apesar do baixo teor alcóolico, leve, quase nenhum tanino, equilibrado, bom vinho de diária.

Portugueses

Casal Garcia - Vinho Verde Tinto: Primeiramente, fiquei a me questionar o que era a denominação "Vinho Verde". Ao experimentar e pesquisar, descobri um vinho ácido e de baixo teor alcóolico. Não é "dos meus" mas é, no mínimo, exótico.

Periquita 2003 - 85% de uva Castelão Francês, 7,5% de uva Aragonês e 7,5% de uva Trincadeira: Aroma de Frutos silvestres (amoras e framboesas), especiarias,terroso, achocolatado e madeira de carvalho. De paladar redondo, macio e equilibrado. Temperatura de degustação: 18º. Preço em Fevereiro de 2007: R$ 22,90. Informações mais precisas: Vinícola José Maria da Fonseca

Sul Africanos

Tribal: Um vinho muito curioso. Bons aromas de frutas vermelhas, moderadamente encorpado. Fiquei surpresa ao saber que a África do Sul produzia vinho tão bons quanto este. Aprovado!